Em comemoração ao Centenário da Guera do Contestado, o Instituto Federal Catarinense, Câmpus Fraiburgo promoveu na no dia 18 de março, a Exposição “Cem anos do Contestado”. O evento contou com acervos originais da Guerra do Contestado, provenientes do Museu de Taquaruçu.
Paralelamente à exposição, foram oferecidas outras atividades durante o dia.
De acordo com o professor e coordenador do Centro de Pesquisas do IFC, câmpus Fraiburgo, Ivan Serpa, este evento foi de grande importância para a reflexão sobre a consciência histórica da Região do Contestado. “ As heranças da Guerra ainda se fazem sentir na realidade social regional, no momento em que o evento completa cem anos. Por isso, reunimos em torno do tema, vários projetos de pesquisa, ensino e extensão que estão sendo trabalhados pela equipe docente do IFC – Câmpus Fraiburgo, visando atrair a atenção de alunos e comunidade para sua realidade próxima, seus problemas e possíveis alternativas de superação”, resumiu o professor.
O evento faz parte de quatro iniciativas do Instituto Federal Catarinense, câmpus IFC:
– Projeto de extensão “Comemoração dos Cem Anos da Guerra do Contestado: práticas educativas, arte, cultura e memórias comunitárias”;
– Projeto interdisciplinar “Cem anos do Contestado”;
– Pesquisa ” A GUERRA DO CONTESTADO: Genocídio e resistência Xokleng em Taquaruçu – Meio Oeste Catarinense, de autoria do Prof. Ivan Carlos Serpa;
– Grupo de Pesquisas Interdisciplinar Pomares do Saber – GIPS.
Confira a Programação do dia 18/03 – Comemoração 100 anos do Contestado – Câmpus Fraiburgo IFC:
1 -8h30min – Apresentação do Vídeo: “Museu do Contestado de Taquaruçu”.
2 – 9h – Palestra com o tema “Taquaruçu e as Memórias da Guerra do Contestado” com o memorialista e historiador Pedro Aleixo Felisbino.
3 – Em seguida: Declamação do poema: “Meninos do Contestado” pela aluna Victória Gonçalves Rinaldi.
4 – Apresentação do relatório de pesquisa: A GUERRA DO CONTESTADO: Genocídio e resistência Xokleng em Taquaruçu-Meio Oeste Catarinense, pelo Prof. Ivan Carlos Serpa.
5 – Apresentarão dos professores Marluse Castro Maciel, Débora dos Santos, Marcelo Silva, Cláudio Bertotto, Rafael Leonardo Vivian, Roberto Kittel Pohlmann, Marlon Cordeiro Domenech sobre seus temas do Projeto Interdisciplinar “Cem Anos do Contestado”.
6 – Sorteio de cinco livros ” Voz de Caboclo, de autoria do historiador Pedro Aleixo Felisbino.
Sobre a Guerra do Contestado
Conflito que vigorou entre as fronteiras do Paraná e Santa Catarina entre 1912 e 1916, em uma área povoada por sertanejos. Uma população carente, sem terras e que sofria por falta de alimentos. Existia uma forte opressão por parte dos fazendeiros Subsistiam sob a opressão dos grandes fazendeiros e de duas empresas americanas que operavam na região: Brazil Railway, responsável pela implantação da via ferroviária que uniu o Rio Grande a São Paulo, e uma madeireira.
Essa situação revoltou os sertanejos e foi o estopim para o conflito, que se destacou por sua característica sócio-política. Os sertanejos encontraram o apoio que precisavam nos monges – religiosos que peregrinavam pelo sertão. No ano de 1912, um monge, conhecido como José Maria , une-se aos sertanejos revoltados.
O governo federal não viu com bons olhos o trabalho de José Maria, que passou a representar um risco para a ordem e segurança da região. Ele e seus seguidores foram severamente reprimidos pelas multinacionais e pela guarda armada do governo federal. Em de novembro de 1912 ocorreu a batalha de Irani, o qual marcou este conflito e desencadeou na morte do monge José Maria. Os sertanejos, inconformados com a morte de seu líder, partem para o extremo, dando início a uma guerra civil.
A guerra terminou somente em 1916, quando as tropas oficiais conseguiram prender Adeodato, que era um dos chefes do último reduto de rebeldes da revolta. Ele foi condenado a trinta anos de prisão.