No dia 23 de junho, professores do Instituto Federal Catarinense, Câmpus Fraiburgo, participaram de um evento sobre os 100 anos da Guerra do Contestado na Universidade do Contestado em Curitibanos. Os palestrantes convidados foram o Historiador e Coordenador do Museu de Taquaruçu, Pedro Aleixo Felisbino, que abordou sobre a “A Guerra do Contestado em Taquaruçu” e Ivan Carlos Serpa, professor de História do Câmpus Fraiburgo, que ministrou o tema “Contestado, Restos Mortais: o que o passado tem a ver com nossas vidas hoje?”.
O evento, que faz parte de um projeto de extensão do Câmpus Fraiburgo, contou também com a exposição Contestado Restos Mortais – Peças do Museu de Taquaruçu.
Sobre a Guerra do Contestado
Conflito que vigorou entre as fronteiras do Paraná e Santa Catarina entre 1912 e 1916, em uma área povoada por sertanejos. Uma população carente, sem terras e que sofria por falta de alimentos. Existia uma forte opressão por parte dos fazendeiros Subsistiam sob a opressão dos grandes fazendeiros e de duas empresas americanas que operavam na região: Brazil Railway, responsável pela implantação da via ferroviária que uniu o Rio Grande a São Paulo, e uma madeireira.
Essa situação revoltou os sertanejos e foi o estopim para o conflito, que se destacou por sua característica sócio-política. Os sertanejos encontraram o apoio que precisavam nos monges – religiosos que peregrinavam pelo sertão. No ano de 1912, um monge, conhecido como José Maria , une-se aos sertanejos revoltados.
O governo federal não viu com bons olhos o trabalho de José Maria, que passou a representar um risco para a ordem e segurança da região. Ele e seus seguidores foram severamente reprimidos pelas multinacionais e pela guarda armada do governo federal. Em de novembro de 1912 ocorreu a batalha de Irani, o qual marcou este conflito e desencadeou na morte do monge José Maria. Os sertanejos, inconformados com a morte de seu líder, partem para o extremo, dando início a uma guerra civil.
A guerra terminou somente em 1916, quando as tropas oficiais conseguiram prender Adeodato, que era um dos chefes do último reduto de rebeldes da revolta. Ele foi condenado a trinta anos de prisão.